domingo, 5 de junho de 2011

Pais

Duas figuras que parecem que nunca entendem a gente. Às vezes, podemos chegar a pensar que eles são de outro mundo, por terem uma mentalidade tão arcaica. Não vou negar, eu sou assim com meus pais também. Às vezes, sinto como se eles nunca me entendessem e eles fizessem de propósito as coisas que eu mais odeio.
Mas por mais que eles briguem, te coloquem de castigo, você - no fundo - sabe que é para o seu próprio bem. Você sabe que, por mais que eles fiquem irritados com você, eles são as pessoas que mais te amam no mundo. Por mais que você ache que eles não te entendem, eles são as pessoas que mais te entendem no mundo e te conhecem como ninguém: suas manias, seus defeitos (os quais eles amam e aceitam), suas birras, manhas, qualidades, ou seja, exatamente TUDO sobre você. E, por pior que seja seu erro, eles sempre são as primeiras pessoas a te perdoarem e ficarem do seu lado.
Meus pais também são assim... Minha mãe, ah, minha mãe. Acho que nunca vi uma mulher que consiga misturar tantas profissões ao mesmo tempo: mulher, esposa, mãe, professora, carrasca, general, amiga, companheira, confidente, mestra, palhaça... E com o tempo, ela vai acumulando mais e mais pofissões. Ela é o tipo de mulher que encanta todos a sua volta com seu carinho, compreensão, paciência, além de ser a mulher mais bonita que eu já vi. Ela é literalmente um anjo.
Meu pai... Bom, meu pai é exatamente IGUAL a mim, então falar dele é igual falar de mim. Ele sempre é aquela pessoa que mais me entende, que mais cobra de mim e é o único com quem eu realmente posso disputar TUDO - competitividade de nascença.
Meus pais são as pessoas com quem aprendi algumas das maiores lições da minha vida.
A primeira, sobre sonhos: que nunca é impossível alcançar o que queremos e como queremos. Que sonhar é bom, que sonhar alimenta a alma com esperança e nos faz alcançar coisas maiores.
A segunda foi sobre amor: que temos que aprender a amar e aceitar a todos. Temos que tratar todos bem, independentemente da classe, etnia, pensamento... E se fizermos isso, todos consequentemente, irão nos tratar bem.
E a terceira foi sobre ser diferente: que tudo bem ser diferente dos outros, que a gente tem que se sentir bem sendo quem nós somos e não tentando nos adaptar a padrões que não deveríamos.
Então, mesmo às vezes dizendo que seus pais são um saco e que você os odeia, pare um tempo para ouvir o que eles te dizem, e talvez, só talvez, você possa ver que além de chatos e o resto todo, eles também são as pessoas mais cultas que você conhece.

sábado, 4 de junho de 2011

Ídolos

É incrível. Fui pesquisar sobre um ator americano e navegando pelo mais famoso buscador da internet, o Google, pude notar a inúmera quantidade de sites e textos e imagens em sua homenagem, de fãs que muitas vezes se declaram apaixonadas ou até mesmo o consideram seu ídolo. Aquilo só me fez rir. Afinal, o que é um ídolo?
Muitas pessoas, quando lhes é perguntado quem é seu ídolo, respondem que são os pais, porém quando reformulamos a pergunta e pedimos alguém que não seja seu pai ou sua mãe, o indivíduo, na maior parte das vezes, responde sendo alguém com uma fama internacional, no qual todos - ou pelo menos a maioria - conhecem.
Mas, se me fosse feita a pergunta sobre quem é meu ídolo além de meus pais, quem é essa "terceira pessoa" na qual me inspiro, eu sei qual seria minha resposta.
Nono ano - antiga oitava série -, primeiro dia de aula, tempo de história. Eis que me aparece na porta uma figura de porte mediano, vestindo uma camiseta jovial, de calça jeans e tênis preto. Ele anda até a mesa do professor, se senta, coloca a garrafinha branca que eu deduzira que era de água, e abre a pauta em cima da mesa. Após a chamada dos nomes, ele se levanta, vem para frente da mesa do professor e apoia uma perna ali. O nome desse professor? Miguel. Miguel Abrahão. Ele não tinha um semblante sério, e ali, começou a listar os tópicos importantes para o ano.
Eu tenho certeza que nunca me esquecerei dele, de suas estórias e histórias, de tudo que ele compartilhara conosco, de suas aulas sempre tão cheias de curiosidades. Eu sentia como se nunca estivesse aprendendo história de verdade, porque a aula dele era muito mais do que apenas história, fazíamos um passeio também pela vida.
Também tenho certeza que não vou esquecer de, ao fim da aula - geralmente as aulas dele eram antes do recreio ou no último horário - eu esperar ele e descer as escadas ouvindo estórias desse mestre excepcional. Além de professor, era também escritor, ator, amigo, pai, conselheiro, piadista, filósofo, dançarino - uma vez, querendo nos mostrar como era uma dança, lembro-me do mesmo cantando e batendo palmas no meio da sala, enquanto dançava animadamente -, cantor, mestre, e alguém que sabia muito sobre a vida e que tinha e ainda tem muito a ensinar.
Atualmente, o Miguel não é mais meu professor, porém eu sinto como se ainda fosse, como se eu ainda estivesse na aula dele, ainda consigo ouvir sua voz rouca e animada ecoando entre as quatro paredes da sala. Não vou me esquecer de tudo que ele nos ensinou sobre a vida.
Então, quando me perguntarem quem é meu ídolo, irei responder que é esse professor maravilhoso que tive, alguém que vale a pena um site, homenagens e este simples texto no qual expresso minha gratidão e carinho a ele.
Obrigada por tudo mais uma vez Miguel, pelo carinho, pelas aulas, pelas lições que eu sempre lembrarei e que serão úteis no futuro.
Um beijo carinhoso (e os abraços de hoje vão apenas para você),
A autora.